Princesas GG

De uns tempos pra cá passei a me interessar por moda e modelos Plus Size, até mesmo para saber onde uma gordinha como eu pode encontrar lojas, cujas roupas sirvam, sejam feitas para padrões brasileiros (e não coreanos, sem cintura, bumbum, quadril ou coxas!) e ver essas roupas em mulheres com corpos mais próximos do meu.


 Em uma das pesquisas sobre o tema, entrei em contato com o conceito Fat Pride, que nada mais é do que uma revolta das mulheres de tamanhos normais contra a ditadura da magreza e o preconceito, e não uma apologia à obesidade como muitos podem pensar. Acreditamos que desde que as pessoas sejam felizes e saudáveis, não há porque buscar um padrão estético, um ideal de beleza (muitas vezes inatingível para a grande maioria), que somente gera pessoas infelizes e doentes. Podemos ser bonitas e sexy mesmo estando acima do peso considerado ideal.


Mas o que me chamou atenção na última semana foi ver no site da Revista Criativa as fotos abaixo, com o seguinte texto:

“Os personagens da Disney já viraram estilistas famosos, inspiraram maquiagens e agora é a vez de ganharem uma versão plus size. A artista plástica norte-americana Aly Bellissimo criou desenhos em que as princesas de histórias infantis aparecem com alguns quilinhos a mais.

Nas imagens, publicadas pelo blog Cartoon Brew, Cinderela, Branca de Neve, Bela (de A Bela e a Fera) e Jasmine (de Aladdin) posam com seus modelitos típicos – só que em tamanho GG. A artista é responsável pelo Creepy Miranda, um blog que conta histórias bem humoradas sobre uma garota gordinha.”

Primeiro: observem como os desenhos têm olhares tristes, não parecem nada felizes naquela situação, me parecem que, se fossem pessoas, estariam ali obrigadas, fazendo papel de ridículo para os outros. Segundo: “alguns quilinhos a mais”? Muitos quilinhos a mais, na verdade. Alguém assim não poderia ser feliz, nem saudável. Na contramão do Fat Pride, portanto. Parece mais chacota com as gordinhas, humor de mau gosto, em resumo: preconceito. Por fim, o tal blog Creepy Miranda, não “conta histórias bem humoradas sobre uma garota gordinha”, mas sim estórias sobre uma lésbica muito acima do peso, que só leva fora das meninas que a atraem: modelos esquálidas! Mais uma cutucada dessa “artista” nas gordinhas.